Hello peopleee!
Vamos conferir mais uma entrevista?
A entrevistada é ex-aluna da Universidade de Brasília Luana Rodrigues Gomes, graduada em Enfermagem no ano de 2019. Atua como Enfermeira Residente no Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica pela Fiocruz.
Que tal darmos uma olhadinha no que ela tem para nos contar?
Team Mentoria:
De que forma ou quais mudanças estão ocorrendo no dia a dia do seu local de trabalho desde que iniciou a atual pandemia da COVID-19? Novas demandas? Novos protocolos? Desafios? Preocupações?
Enfermeira Luana:
"Todas as mudanças possíveis. Ingressei no programa no início de março e não se passaram duas semanas quando tudo já começou a mudar. Primeiro, o uso contínuo de EPI, como a máscara, e foram alguns dias para se adaptar.
A rotina da equipe e da UBS foi muito afetada, pois a restrição quanto a marcação de consulta abalou tanto os profissionais quanto os usuários. Na unidade em que estou instalada foi criado um isolamento para atender os sintomáticos respiratórios, ou seja, os profissionais deste espaço foram alocados para outros consultórios o que deixou todos ainda mais confusos, também pela nova escala de profissionais e fluxo de atendimento quanto a este espaço. No meio disso tudo, sem rotina, sem espaço certo, sem um mínimo de estabilidade, e ainda todo dia um protocolo novo, uma demanda diferente, um novo aprendizado e a preocupação constante com a contaminação.
Agora, depois de quase dois meses de pandemia as coisas estão começando a se ajeitar, os atendimentos que não podem parar como gestante e outros estão sendo feitos e os novos fluxos de atendimento estão caminhando. Mas ainda há sempre um novo aprendizado e algumas surpresas. A preocupação quanto a contaminação ainda é uma constante."
Team Mentoria:
Como que está a questão da Biossegurança? Os EPI’s necessários estão disponíveis? Conseguem cumprir a demanda de toda a equipe?
Enfermeira Luana:
"Infelizmente não tenho boas notícias. Estamos fazendo tudo para ficar o mais seguro possível. Os EPI´s já estavam escassos, antes recebíamos 4 máscaras por dia, que passou a ser 3, depois 2 e agora são máscaras de qualidade inferior. Os que podem, compram as suas ou usam de pano. Sabemos que não é o ideal, por isso a triagem adequada dos pacientes sintomáticos na entrada foi reforçada."
Team Mentoria:
O atual cenário tem afetado sua vida pessoal/familiar? De que forma?
Enfermeira Luana:
"Com o início da residência já houveram grandes mudanças pessoais e na rotina da família, e ficaram mais evidentes com a instalação do isolamento. De certa forma também estou de quarentena, minha rotina é trabalho e casa. A demanda em casa aumentou bastante com a redução de ajudas externa e o tempo se reduziu aos fins de semana basicamente. Organizar a casa, cuidar dos familiares, do filho e dar conta dos estudos é um desafio e uma batalha diária. Minha sorte é que tenho uma família que me apoia muito. Decidimos que eu não ficaria em isolamento até por não ser viável esta opção, com isso faço um ritual antes de entrar em casa. Mesmo assim, me preocupa bastante a possibilidade de estar disseminando o vírus."
Team Mentoria:
Qual a sua visão à respeito da valorização da Enfermagem antes da pandemia e agora, durante a pandemia?
Enfermeira Luana:
"A Enfermagem sempre foi muito comparada a outras profissões, mas sempre lutou muito para conquistar o seu espaço. Me entristece saber que foi necessária uma pandemia e tantos profissionais mortos, para a enfermagem ganhar mais visibilidade. Espero com isso que os projetos de leis quanto o piso salarial, as 30 horas semanais e outros possam ser ouvidos e haver mudanças quanto a isso."
Team Mentoria:
Que dica vocês podem deixar para os estudantes e também para a comunidade em geral em relação aos cuidados frente a Covid-19? E sobre as Fake News que tanto amedrontam a população?
Enfermeira Luana:
"Primeiro, tenham calma! Tudo vai passar! Precisamos continuar seguindo as orientações da OMS de isolamento social voluntário, uso de máscaras e higiene das mãos.
Este momento tem uma dicotomia muito grande pois precisamos, sim, ficar isolados, mas também precisamos olhar para o outro. Tempo de descobrir as suas potencialidades e como ela pode ser útil neste momento, sem descumprir as regras.
Sobre as Fake News, eu digo: se informem, leiam, pesquisem, procurem boas fontes. Até então não há comprovação científica de algum medicamento e o isolamento social é a única grande solução para reduzir a ocupação de leitos hospitalares.
Nós da enfermagem continuamos cumprindo o juramento de dedicar a “vida profissional a serviço da humanidade”, sem esquecer que somos “gente que cuida de gente”- W. Horta."
Créditos à mentorada Bianca Evellyn pela entrevista.
Esperamos que tenham gostado da entrevista!
Sucesso Luanaaaaa :)
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