Olá pessoal, tudo bem?

Seguimos com as nossas entrevistas. Agora é a vez da Enfermeira Victoria Leslyê Rocha Gutmann, graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - 2019. Residente do Programa Multiprofissional em Saúde da Família e atuante na UBSF Caic, no município de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Se liga aí na entrevista que a Nathalya Silveira junto com o Team prepararam para nós! :)


Team Mentoria:

• De que forma/que mudanças estão ocorrendo no dia a dia do seu local de trabalho desde que iniciou a atual pandemia do COVID-19? Novas demandas? Novos protocolos? Desafios? Preocupações? Biossegurança?


Enfermeira Victoria:


"As mudanças são muitas. Em virtude do atual momento, algumas atividades foram suspensas como por exemplo a puericultura, grupos e coleta de citopatológico. A prioridade está em atender casos de urgência, descaracterizando bastante a atenção em saúde da família. Além disso, foram tomados outros cuidados desde a recepção como: o distanciamento do usuário ao relatar sua demanda para a burocrata; não obrigatoriedade da assinatura no e-sus ou caneta de uso exclusivo do usuário; uso de EPI's (máscara e óculos de proteção quando em atendimento ou procedimento) pela equipe; disponibilização de álcool em gel; ambiente reservado para casos suspeitos de COVID; disponibilização de máscara para caso suspeito; orientação para que se evite idas desnecessárias ou com muitos acompanhantes à unidade; tele atendimento dos casos suspeitos a cada 48h, investigando melhora ou piora dos casos e manutenção do isolamento.

Quanto aos protocolos, esses são compartilhados com toda equipe nas reuniões de equipe, porém há muita dificuldade, pois há uma constante modificação destes.

Um desafio e também preocupação se refere à questão da notificação. De início estávamos notificando todos os suspeitos. Após orientação do Ministério da Saúde, passamos a notificar apenas profissionais da saúde e hospitalizados. Agora há nova orientação de notificar todos por um sistema online. Outro desafio é a divergência na fala das autoridades, por exemplo Ministério da Saúde e presidente, gerando confusão para os usuários e dificultando a sensibilização que estava ocorrendo referente à importância do isolamento social.

Ainda não enfrentamos escassez de EPI, porém há orientação de uso racional (apenas em atendimento ou procedimento, evitando trocas sem necessidade). Também estamos recebendo um grande apoio da FURG que está disponibilizando diversas tecnologias, como álcool em gel, máscaras face shield e torneiras com acionamento automático."


Team Mentoria:


• Tem afetado também sua vida pessoal/familiar? De que forma? Se você quiser, pode discorrer sobre as preocupações envolvidas.


Enfermeira Victoria:


"Sim, desde que a epidemia começou tenho evitado o contato familiar, pois tenho grupos de risco na família, inclusive familiares em quimioterapia. Então, há grande temor pela saúde destes."


Team Mentoria:


• Que dica você deixa para nós (estudantes e comunidade em geral) em relação aos cuidados frente ao COVID-19? Qual mensagem você pode transmitir aos estudantes?


Enfermeira Victoria:


"A dica que posso dar é que as pessoas sigam as orientações dos cientistas e estudiosos do mundo e da Organização Mundial da Saúde. Que as pessoas façam sua parte, que é simples: lavar as mãos e evitar o contato social. É difícil, mas quanto antes agirmos, antes e com menores consequências sairemos dessa situação. Também, uma dica muito importante, é manter a cabeça ocupada, executando atividades que lhe dê prazer, não deixando de lado nossa saúde física e mental durante esse momento, aproveitando que muitas oportunidades surgiram também desse momento (é tempo de nos conhecermos). Evite informações demasiadas e sempre suspeite de informações sem fonte segura. Cuidem-se!"


Legaaaaaal, né? Esperamos que tenham gostado da entrevista! Fiquem atentos que em breve teremos mais :)